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26 de dezembro de 2011

Postulante Cesar Augusto Oliveira.

Queridos irmãos em Cristo!
Aproxima-se o tempo Natal. Tempo esse em que como cristãos desejamos e anunciamos a vinda do Menino Deus que quer na sua infinita bondade nascer em nossos corações.
Para termos os nossos corações como manjedoura, ao contrário do que se diz, são necessárias muitas atitudes e gestos concretos, não por arrogância do Cristo, mas por distanciamento do proposto pela Santa Igreja que nos aponta, Ele em Sua gloriosa vinda relembrando a sua primeira chegada. A proposta para a preparação se realiza e se renova a cada dia do ano do Senhor com a sagrada liturgia, que em sua narração cronológica e fatual da palavra nos dá pistas para a conversão indispensável.
O problema parece maior no momento em que falamos de conversão. É algo que almejamos, mas que nos parece distante ou a tornamos distante por dar valor maior às coisas mundanas. Santo Agostinho em suas Confissões nos fala das dificuldades em abandonar algo que ajuizamos como essencial.
"Ficava preso às mais insignificantes bagatelas, às vaidades das vaidades, minhas velhas amigas que me solicitavam a natureza carnal, murmurando: 'Tu nos vais abandonar? ' E também: 'De agora em diante, nunca mais estaremos contigo'. E ainda: 'De agora em diante, não poderás mais fazer isso e aquilo'! [...] Sentia-me envergonhado por ainda dar ouvidos ao sussurro daquelas tolices, e indeciso hesitava".
E nesse apego ao que é passageiro e que não edifica o homem de forma alguma a nossa decisão é por acomodar-se. Quando cantamos numa versão adaptada do Santo-Bendito “céus e terra passarão, mas sua palavra não passará” entoamos um hino onde damos o reconhecimento devido ao Eterno, mas que infelizmente parece não sair do coração. O coração deve sentir o que pronunciamos para que não seja vã a nossa palavra.
Volto a lembrar que a nossa opção, mesmo após uma conversão, que se torna pseuda, é por algo passageiro. A moda impregna o homem e o vicia na busca de algo que sempre será velho e superado e, portanto deverá sempre ser inovado. Isso ocorre dentro de nossas comunidades quando somos agregados sem a devida purificação ou doutrinados de forma errada.
Inovar foi uma tentativa devastadora para a tradição da Igreja nos 70/80 quando a teologia da libertação estava em seu auge.  E como qualquer moda declinou-se, não desapareceu, mas saiu de cena e levou consigo os novos conceitos que havia tentado disseminar na música litúrgica, na ação pastoral e nos valores espirituais. O mesmo acontece com a renovação carismática Católica, toma grande corpo nos anos 90 e na primeira década do novo milênio, mas já perde sua força e caminha para o ofuscamento. É algo muito próprio do ambiente em que vivemos, mas que não se conserva nem se assemelha a filosofia contemporânea. É a busca por algo fixo, imutável, que apresenta segurança ao homem que parece cansar do modismo.
Façamos meus irmãos desse novo ano litúrgico que iniciou e do civil que logo se encerra e recomeça a oportunidade para vivenciarmos sem modismos o que nos é proposto pela Santa Mãe Igreja a cada dia vivido. “Por quanto tempo, por quanto tempo direi ainda: amanhã, amanhã? Por que não agora? Por que não por fim agora à minha indignidade?” . Rezemos nessa intenção, para que sejamos portadores de uma Verdade que é única e imutável.
Um feliz Natal a todos e um novo ano cheio de graça e de vivencias fraternas!

Postulante Cesar Augusto Oliveira.
Fco. da Rocha, 23 de dezembro de 2011.



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obrigado pela postagem que deus abençoe